PrintScreen Não é Prova! Entenda Por Que o TJSC Considera Inidôneo as Provas Digitais

Por Silvana de Oliveira

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) recentemente reafirmou que capturas de tela (PrintScreen) são inidôneas para fins de valoração probatória, conforme os autos n. 5000653-84.2023.8.24.0027. Essa decisão levanta um debate relevante sobre a validade e autenticidade das provas digitais, especialmente em processos judiciais.

O PrintScreen Como Prova Digital

A captura de tela é amplamente utilizada para registrar conversas, transações e interações digitais. No entanto, a principal crítica reside na sua vulnerabilidade à manipulação, uma vez que imagens podem ser editadas facilmente, comprometendo a sua integridade e confiabilidade.

Motivos para a Rejeição do PrintScreen

O TJSC considera que o PrintScreen, isoladamente, não é suficiente como prova, pois:

  1. Falta de rastreabilidade – A imagem não contém metadados que possam garantir sua origem e autenticidade.
  2. Facilidade de adulteração – Softwares de edição permitem a modificação de conversas e imagens sem deixar vestígios evidentes.
  3. Ausência de cadeia de custódia – Para ser válida, uma prova digital deve ser coletada e preservada seguindo métodos forenses que garantam sua integridade.

Alternativas para a Prova Digital Válida

Para que um conteúdo digital seja aceito no processo judicial, recomenda-se a utilização de métodos técnicos mais robustos, como:

  • Registro em Blockchain: Garante imutabilidade e autenticidade dos dados.
  • Ata notarial: Um tabelião registra o conteúdo digital, conferindo validade jurídica.
  • Perícia técnica forense: Especialistas analisam e validam a autenticidade da prova, verificando metadados e eventuais adulterações.
  • Ferramentas de preservação forense: Softwares especializados realizam a captura e preservação de provas digitais com garantia de autenticidade.

O entendimento do TJSC reforça a necessidade de profissionalização na coleta de provas digitais. O uso de tecnologias como blockchain, ata notarial e perícia forense se torna essencial para garantir a validade da prova perante o Judiciário. Dessa forma, é fundamental que advogados, peritos e demais profissionais do Direito adotem métodos confiáveis para a produção e preservação da evidência digital.