A Importância da Carta Arbitral

Por Silvana de Oliveira

A carta arbitral é um mecanismo essencial de cooperação entre a jurisdição arbitral e o sistema judiciário estatal. Sua introdução trouxe avanços significativos para o processo arbitral no Brasil. Vamos explorar sua relevância e funcionalidade.

A Importância da Carta Arbitral

  1. Cooperação entre Jurisdição Arbitral e Estatal:
    • A Lei 13.129/15, que alterou a Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96), introduziu a carta arbitral como um meio de cooperação.
    • Essa carta permite que o árbitro ou tribunal arbitral solicite a colaboração do Poder Judiciário para a realização de atos específicos, como condução de testemunhas renitentes, efetivação de medidas cautelares ou evidências, e obtenção de documentos ou informações.
    • A colaboração judicial é fundamental para atos que o árbitro não pode executar diretamente, como constrição de bens.
  2. Requisição de Provas e Informações:
    • A carta arbitral também pode ser usada para requisitar provas.
    • As partes ou o juízo arbitral podem solicitar ao Judiciário a expedição de ofícios para órgãos públicos ou instituições privadas, a fim de obter documentos ou informações específicas.
    • Isso é especialmente útil quando as partes desejam aprimorar as provas já produzidas no juízo arbitral ou quando informações adicionais são necessárias.
  3. Segurança Jurídica e Efetividade:
    • A regulamentação da carta arbitral pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confere segurança jurídica ao seu uso.
    • Ela contribui para a efetividade do procedimento arbitral, permitindo que os atores processuais atuem em um ambiente mais seguro e preciso.
  4. Complemento ao CPC/15:
    • O novo Código de Processo Civil (CPC) complementa a Lei de Arbitragem ao reforçar a importância da arbitragem no cenário brasileiro.
    • O procedimento e os requisitos para a carta arbitral estão previstos no CPC.

Em resumo, a carta arbitral é um instrumento valioso que promove a colaboração entre o sistema arbitral e o judiciário, garantindo maior eficiência e segurança nos processos arbitrais1234.

O papel do árbitro na emissão de uma carta arbitral é crucial para o funcionamento eficiente do processo arbitral. Vamos explorar as principais responsabilidades do árbitro nesse contexto:

  1. Requisição da Carta Arbitral:
    • O árbitro ou o tribunal arbitral pode iniciar o processo solicitando a emissão de uma carta arbitral.
    • Essa solicitação ocorre quando há necessidade de cooperação com o Poder Judiciário para a realização de atos específicos durante o procedimento arbitral.
  2. Identificação dos Atos Necessários:
    • O árbitro deve identificar os atos que requerem a colaboração do Judiciário.
    • Isso pode incluir a condução de testemunhas renitentes, a obtenção de documentos ou informações relevantes, ou a efetivação de medidas cautelares.
  3. Elaboração da Solicitação:
    • O árbitro redige a carta arbitral, especificando os atos desejados.
    • A carta deve ser clara e precisa, indicando o propósito da solicitação e os detalhes necessários para sua execução.
  4. Encaminhamento ao Poder Judiciário:
    • Após a elaboração, o árbitro encaminha a carta ao órgão judiciário competente.
    • O Judiciário avalia a solicitação e, se aprovada, colabora com o árbitro na execução dos atos.
  5. Colaboração Contínua:
    • Durante todo o procedimento arbitral, o árbitro pode precisar emitir cartas adicionais para novos atos.
    • A cooperação entre o árbitro e o Judiciário é fundamental para garantir a efetividade do processo.

Em resumo, o árbitro desempenha um papel ativo na emissão da carta arbitral, buscando a colaboração do Judiciário quando necessário para garantir um procedimento justo e eficiente .