Venda de Vale-Transporte e Vale-Refeição: Entendendo os Riscos e Implicações

Por Silvana de Oliveira

A prática da venda de vales-transporte e vales-refeição, fornecidos pelas empresas aos seus colaboradores, levanta diversas questões que merecem ser debatidas. Apesar de parecer uma maneira de obter renda extra para alguns trabalhadores, essa atitude esconde riscos e implicações negativas tanto para o funcionário quanto para a própria empresa.

Do ponto de vista legal:

  • Venda Proibida: A venda do vale-transporte é expressamente proibida por lei, conforme o Art. 7º, parágrafo terceiro do Decreto nº 95.249 de 1987. Já a venda do vale-refeição, apesar de não ser explicitamente proibida em lei, não é recomendada por diversos motivos, como veremos a seguir.
  • Consequências: A venda de qualquer um dos vales pode gerar graves consequências para o trabalhador, incluindo:
    • Demissão por justa causa: A venda pode ser considerada uma falta grave, levando à perda de direitos trabalhistas importantes, como aviso prévio, multa rescisória e seguro-desemprego.
    • Crime de estelionato ou fraude: A utilização indevida dos vales, como a venda para terceiros, pode configurar crime, com sérias sanções penais.

Do ponto de vista da empresa:

  • Prejuízos Financeiros: A venda dos vales representa um desvio de finalidade dos benefícios, causando prejuízos financeiros à empresa, pois os valores não são utilizados para o fim previsto, que é auxiliar no transporte e alimentação dos colaboradores.
  • Danos à Imagem: A prática pode manchar a imagem da empresa, gerando desconfiança por parte dos clientes, parceiros e da comunidade em geral.
  • Problemas com a Justiça: A empresa pode ser responsabilizada pelas ações de seus funcionários, inclusive em casos de venda de vales.

Alternativas Positivas:

  • Melhoria dos Salários: Em vez de oferecer vales, as empresas podem optar por aumentar os salários dos funcionários, o que garante maior poder de compra e autonomia na utilização do dinheiro.
  • Outras Formas de Benefícios: A empresa pode investir em outros tipos de benefícios, como vale-combustível, auxílio-creche ou plano de saúde, que podem ser mais vantajosos para os colaboradores e evitar problemas com a venda de vales.

A venda de vale-transporte e vale-refeição é uma prática prejudicial para todos os envolvidos. É importante que empresas e colaboradores busquem alternativas mais justas e transparentes para garantir o bem-estar de todos.

Lembre-se:

  • A informação acima é apenas um resumo dos pontos principais. Consulte um advogado ou especialista em direito do trabalho para obter orientação específica sobre o tema.